A melhor explicação para
as inexplicáveis jogadas e gols espetaculares que Messi (se cuida, Pelé!) e
Neymar (legítimo sucessor de Garrincha) fizeram 4ª feira veio de um velho
artista da bola, o francês Eric Cantona, um dos maiores ídolos da história do
Manchester United. Disse Cantona sobre Messi e suas palavras cabem direitinho em
Neymar: “Messi tem um entusiasmo quase infantil pelo jogo. Os grandes jogadores
são os que têm a espontaneidade da criança.”
Quem vê Messi e
Neymar inventar dribles e toques maravilhosos na bola, tanto nas arrancadas
supersônicas como na hora de finalizar, percebe que eles são um raro caso de
supercraques com alma de moleques brincando de jogar bola na rua, quadra de
futsal ou praia. E quem os conhece no dia-a-dia dos clubes garante que eles são
os mais dedicados aos treinamentos porque simplesmente amam não só o futebol,
mas um conceito-paixão que poucos preservam no mundo adulto: “o jogar bola”. É
por isso que nas raras vezes em que a dupla não joga, eles aparecem na
arquibancada torcendo por seus companheiros ou aparecem em qualquer canto em
que há bom futebol.
A única diferença
entre os dois é a irreverência e extroversão de Neymar fora dos campos e a
timidez e jeito recluso do argentino quando não está jogando. E o menino de Barcelona
também não faz milhares de anúncios e apresentações em eventos e baladas. E,
dentro de campo, falta ainda a Neymar um teste mais duro, a inquestionável maior
dificuldade dos jogos na Europa, onde estão a grande maioria dos melhores
jogadores do planeta. Certo que ele arrebenta num campeonato duríssimo como a
Libertadores, mas ainda precisa se provar no grande palco europeu.Por outro lado, antes marrento, firuleiro e cai-cai, o santista amadureceu demais dentro e fora de campo. O dedo aí é muito de Muricy.
De resto, eles exalam
a verdadeira alegria com coragem de jogar o futebol como se deve: com arte. Uma
arte que eles transcendem a cada novo show. E que shows! Shows que vêm
revolucionando o futebol feio – de 300 volantes, muita marcação e bola na área
- comum da maioria dos clubes do planeta. O que foi a exibição de Messi contra
o Bayer Leverkussen? O que foram aquelas arrancadas e dribles de Neymar em dois
gols de placa executados num mesmo jogo? Como bem pediu o editor do Lance, a
diretoria do Santos deveria encomendar duas placas de gol de placa para o quase
gênio e colocar na Vila.
PS – Messi
está sendo o responsável maior por resgatar uma arte que andava meio
esquecida no futebol mundial: o gol por cobertura. Repararam em quantos gols
ele faz dessa forma, no que vem sendo seguido por companheiros do Barça (Xavi,
Sanchez e Iniesta fizeram gols assm há pouco) e por Neymar? Repararam que
Neymar, que já tinha um excelente chute mortal rasteiro na cara do gol, agora
também vem matando os goleiros com toques sutis por cobertura?
PS 2 - Não postei os últimos golaços da dupla, mas quem não viu não deve gostar de futebol, pois já deveria ter visto!!!!!
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