sexta-feira, 9 de março de 2012

Messi e Neymar - As crianças da revolução


     A melhor explicação para as inexplicáveis jogadas e gols espetaculares que Messi (se cuida, Pelé!) e Neymar (legítimo sucessor de Garrincha) fizeram 4ª feira veio de um velho artista da bola, o francês Eric Cantona, um dos maiores ídolos da história do Manchester United. Disse Cantona sobre Messi e suas palavras cabem direitinho em Neymar: “Messi tem um entusiasmo quase infantil pelo jogo. Os grandes jogadores são os que têm a espontaneidade da criança.”
     Quem vê Messi e Neymar inventar dribles e toques maravilhosos na bola, tanto nas arrancadas supersônicas como na hora de finalizar, percebe que eles são um raro caso de supercraques com alma de moleques brincando de jogar bola na rua, quadra de futsal ou praia. E quem os conhece no dia-a-dia dos clubes garante que eles são os mais dedicados aos treinamentos porque simplesmente amam não só o futebol, mas um conceito-paixão que poucos preservam no mundo adulto: “o jogar bola”. É por isso que nas raras vezes em que a dupla não joga, eles aparecem na arquibancada torcendo por seus companheiros ou aparecem em qualquer canto em que há bom futebol.
     A única diferença entre os dois é a irreverência e extroversão de Neymar fora dos campos e a timidez e jeito recluso do argentino quando não está jogando. E o menino de Barcelona também não faz milhares de anúncios e apresentações em eventos e baladas. E, dentro de campo, falta ainda a Neymar um teste mais duro, a inquestionável maior dificuldade dos jogos na Europa, onde estão a grande maioria dos melhores jogadores do planeta. Certo que ele arrebenta num campeonato duríssimo como a Libertadores, mas ainda precisa se provar no grande palco europeu.Por outro lado, antes marrento, firuleiro e cai-cai, o santista amadureceu demais dentro e fora de campo. O dedo aí é muito de Muricy.
     De resto, eles exalam a verdadeira alegria com coragem de jogar o futebol como se deve: com arte. Uma arte que eles transcendem a cada novo show. E que shows! Shows que vêm revolucionando o futebol feio – de 300 volantes, muita marcação e bola na área - comum da maioria dos clubes do planeta. O que foi a exibição de Messi contra o Bayer Leverkussen? O que foram aquelas arrancadas e dribles de Neymar em dois gols de placa executados num mesmo jogo? Como bem pediu o editor do Lance, a diretoria do Santos deveria encomendar duas placas de gol de placa para o quase gênio e colocar na Vila.
     PS – Messi está sendo o responsável maior por resgatar uma arte que andava meio esquecida no futebol mundial: o gol por cobertura. Repararam em quantos gols ele faz dessa forma, no que vem sendo seguido por companheiros do Barça (Xavi, Sanchez e Iniesta fizeram gols assm há pouco) e por Neymar? Repararam que Neymar, que já tinha um excelente chute mortal rasteiro na cara do gol, agora também vem matando os goleiros com toques sutis por cobertura?
     PS 2 - Não postei os últimos golaços da dupla, mas quem não viu não deve gostar de futebol, pois já deveria ter visto!!!!!

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