segunda-feira, 1 de março de 2010

Arte e Deboche


O jovem aspirante a craque* Neymar deu mais um passo para se firmar no futebol brasileiro. Além dos dribles incríveis (num repertório mais variado que o de Robinho) pra frente, em direção ao gol, fez golaço após domínio de bola de costas e giro supersônico e ainda serviu com rara frieza e visão de jogo para a idade no gol de André. O moleque pode se tornar monstro do futebol mas para isso terá que tomar vários puxões de orelha, porque se seu futebol evolui a cada partida, a máscara e coisas piores parecem crescer na mesma medida. Por duas vezes ontem, após o juiz apitar invalidando os lances, ele driblou os corinthianos, dando até chapéu em Chicão. Não me venham as Polianas ou puxa-sacos falarem em simples molecagem de artista: foi deboche, tiração de sarro puro. Neymar é um talento fora de série mas precisa ser bem orientado para não repetir os piores gestos e atitudes de outros antigos quase craques* da Vila, Diego e Robinho.
Ronaldo está certíssimo com sua bronca contra as “gracinhas” dos santistas ontem (não foi só Neymar quem partiu pra humilhação ontem). Porque Ronaldo, e também Romário, Rivaldo e outros craques consagrados sempre destruíram sem tripudiar em cima dos adversários.
Não me venham falar em arte quando a molecagem é só sacanagem.

* Para ser craque de verdade tem que arrebentar em Libertadores, na Champions League ou Copa do Mundo. Não basta ter no currículo apenas títulos regionais ou brasileiros da metade dos anos 90 pra cá, quando os maiores jogadores brasileiros já estavam em massa na Europa.

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